De quem é o preconceito?

Estudo de pesquisadores da UFSCar, segundo matéria do portal Uol, revela preconceito contra a PM, usando a população negra
 
 A Polícia Militar lamenta que uma camada da população, historicamente discriminada e injustiçada no Brasil, como a população negra, seja utilizada ainda hoje para se fazer sensacionalismo e para promover grupos de supostos intelectuais. 

Embora não se conheça a metodologia empregada, a matéria do site Uol, aparentemente bem apurada, revela graves erros na pesquisa atribuída a um grupo da UFSCar, de acordo com a entrevista concedida por uma pesquisadora. Uma simples leitura da pesquisa já indica a predisposição do grupo em atacar a Polícia Militar, iniciando a pesquisa pelo resultado desejado e traçando o caminho para se “comprovar” a tese absurda. 

A primeira grande falha da pesquisa, de acordo com a matéria, vem de uma discriminação contra a própria Polícia Militar, ao tratar os mortos em confronto como “vítimas da violência policial”. Eventuais abusos ou mesmo execuções extrajudiciais estão longe de representar a maioria dos casos, sendo certo, inclusive, que estão ligados a desvios de conduta duramente punidos pela Instituição. Assim, em regra, quem morre em confronto com a polícia em São Paulo é o criminoso, de quem partiu a opção pelo confronto. As verdadeiras vítimas são os policiais, não os criminosos. Infelizmente, verifica-se que, para as pessoas que participaram da pesquisa, a polícia está sempre errada e o criminoso em São Paulo é uma mera vítima da violência policial.

Outra falha está ligada ao referencial teórico. Afirmar que negros e pardos são mortos pela polícia por “racismo institucional” é uma conclusão simplista, focada no senso comum, numa tese fraca e mal elaborada, ignorando-se as verdadeiras causas que colocam esse grupo social numa situação de maior fragilidade social. É uma forma preconceituosa de tratar a questão, seja em relação à própria população negra, que é usada como trampolim intelectual, seja em relação à instituição Polícia Militar, apontada como violenta e racista, mesmo sendo composta por pessoas sérias e dedicadas à causa pública.

Como podem existir “mecanismos de reprodução da desigualdade racial” numa instituição que tem seu corpo de funcionários formado por uma taxa de negros e pardos maior do que na sociedade em geral? Se, de acordo com a pesquisadora entrevistada, apenas 30% da população paulista é negra, na Polícia Militar este número ultrapassa os 34%. É a instituição com uma das maiores participações de negros e pardos, se não for a maior. Com um detalhe: 16% dos postos de comando e gerenciamento são preenchidos por afrodescendentes, índice raramente encontrado em organizações e empresas brasileiras. A incoerência da pesquisa indica que pretos e pardos são discriminados por, justamente, pretos e pardos.

Outro erro inconcebível é a ilação feita pelos pesquisadores sobre o fato de haver predominância de pessoas negras presas em flagrante pela polícia, sendo este um indicativo de comportamento racista por parte dos policiais. Será que as mais de 200 mil prisões em flagrante feitas nos últimos dois anos foram analisadas ou apenas uma amostragem tendenciosa? Independentemente da forma como foi feita a pesquisa, supondo que esteja correta, a discriminação contra a polícia fica evidente quando afirmam que “não é possível, entretanto, analisar se os negros cometem ou não mais crimes”. Ora, se não é possível afirmar que negros cometem mais crimes – o que, evidentemente, concordamos – por que é possível afirmar que “há uma vigilância policial mais intensificada em relação às pessoas com esse perfil”? Na verdade, os policiais militares, em sua rotina operacional, abordam negros e pardos na mesma proporção da participação destes na sociedade, conforme estudos sérios a respeito.

É importante deixar claro que a maioria absoluta das prisões em flagrante decorre do acionamento por meio do telefone de emergência 190. A Instituição investiu muito nas últimas décadas para diminuir o tempo-resposta a partir dos chamados do cidadão. Hoje, nas ocorrências graves, as equipes policiais chegam rapidamente no local da ocorrência, a ponto de surpreender os criminosos ainda em situação de flagrância. Assim, as prisões decorrem mais da rapidez de resposta da PM aos pedidos do cidadão, em comparação com as ocorrências com as quais os próprios policiais se deparam. Portanto, o policial não escolhe quem vai prender, muito menos a cor da pele. É a própria sociedade que indica a necessidade de ação.

Por fim, o último erro da pesquisa apresentado na matéria aponta que “apenas 1,6% dos autos investigados sobre assassinatos cometidos por policiais resultam num inquérito policial”. É inadmissível um grupo de pesquisadores não saber que a lei obriga a investigação de 100% das ocorrências policiais com resultado morte. Logo, isso aponta mais uma vez para uma tentativa tendenciosa de manipular opiniões.

Veja a íntegra da matéria postada:
http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/70082/estudo+sobre+violencia+policial+revela+racismo+institucional+na+pm+de+sp+assista+ao+video.shtml


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