“POR QUE PREFERI DORMIR NO FRIO DA NOITE A FICAR NO CONFORTO DE CASA?”
"Poderia ter sido mais uma
noite fria, daquelas contra ladrões e brigas de casal, na Vila Formosa. Mas
alguma coisa diferente aconteceu – um garoto nos marcou. Perto da meia-noite,
fomos procurados por um motorista de ônibus, que falou sobre um menino de aproximadamente
dez anos que estava dormindo no último banco do veículo e desconfiou de que ele
estaria sozinho. Fui até lá com os outros militares e dei de frente com aquela
cena que parecia uma marretada na alma.
Tão pequeno e indefeso, eu o balancei
levemente pelo ombro. Ele acordou com aqueles olhos assustados, sem nem
imaginar onde estava. Começou a recobrar a consciência, e fizemos perguntas
para entender seu paradeiro, mas foi difícil ganhar a confiança — ele sabia o
que queria esconder, justamente para não precisar voltar para casa.
O Cabo Aguiar, experiente pelos
filhos que tem, fez com que o menino se abrisse e revelasse que não queria
voltar, porque seu padrasto, usuário de drogas, agredia e até dizia que se avisasse
a Polícia, iria matá-lo. Entretanto, tudo o que sua mãe costumava falar era para
fugir, quando os ânimos se esquentassem.
A madrugada caminhava. O Soldado
Carvalho, atencioso e solícito, fez algumas ligações e acionou o Conselho Tutelar.
Foi marcante a presença daquele
menino; era educado, falava baixo e sabia a hora oportuna de dizer as coisas. Sentou-se
conosco para jantar e até nos fez rir com as coisas que dizia. As horas se
passaram e, então, sob o agasalho do Policial Militar, ele dormiu em uma cama
improvisada.
Contudo, a pergunta que ficava
era como um menino de somente dez anos poderia ensinar alguma coisa para nós?! E
nos ensinou com maestria, que a vida poderia ser muito complicada desde cedo, obrigando-o
a tomar um ônibus numa noite de inverno, em direção oposta à própria casa, tudo
porque lá não parece, nem de longe, ser um lar.
O Conselheiro Tutelar chegou e disse
que seria necessário encaminhá-lo para o abrigo e levar o caso ao conhecimento do Juiz da Vara da infância.
A madrugada ia chegando ao fim,
já estava chegando a hora de ir. O garoto acordou, arrumou suas coisas e se
foi. Mas aqueceu nossos corações com paz e nossas cabeças de lições.
Agradecimentos ao Cabo Aguiar,
Cabo Maycon, Soldado Tiago, Soldado Carvalho, Soldado Caíque e Conselheiro
Tutelar Jurandir.”
— palavras do Sargento Galindo, Comandante de Grupo na 4ª Cia, do 8° Batalhão de Polícia Militar Metropolitano.
Fato ocorrido em 11 de Julho de
2019.
#POLICIAMILITARSP
#AFORÇAPÚBLICADESÃOPAULO
COMUNICAÇÃO SOCIAL PMES
#acaodocoracao , tá faltando mais amor ao próximo.
ResponderExcluir#acaodocoracao, tá faltando mais amor ao próximo
ResponderExcluirSão atitudes assim que nos fazem acreditar numa instituição mais humanizada. Parabéns tenho orgulho de vocês.
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