Maio e suas mães...

Como em todos os anos, no mês de maio, sempre ofertamos justas homenagens àquela que, sem nenhuma dúvida, é a figura mais fantástica de que se sabe. Sem ela, este pobre mundo, por certo, já se teria definhado, pela seriedade, pela objetividade e até pela rudeza do homem, características que se opõem francamente aos delicados atributos femininos da candura, da singeleza, da resignação.

Se buscarmos na História, alcançaremos na Grécia Antiga origens das comemorações devotadas à figura da mãe, no caso, a mãe de todos os deuses, a deusa Reia. Mais tarde, Cibele, para os romanos.

No século XVII, os ingleses passaram a permitir que as operárias, no quarto domingo da Quaresma, pudessem visitar suas mães e passar o dia com elas, o chamado “Mothering Day”.

Mas é em 1914, nos Estados Unidos, que provavelmente tenha se eternizado a tradição, quando o presidente Woodrow Wilson oficializou o segundo domingo de maio como o Dia das Mães naquele país, após intensa campanha de Anna Jarvis, que lutara por anos para que fosse reconhecida a data, em memória de sua mãe, uma notável mulher que trabalhara como voluntária na Guerra Civil daquele país.

No Brasil, em 5 de maio de 1932, Getúlio Vargas oficializou também a data comemorativa, assim como já ocorria em vários outros países até então.

O mês de maio não abriga em nosso imaginário, acidentalmente, a ideia de mãe, de fertilidade, de noiva, casamento. Todos esses conceitos estão intimamente relacionados à concepção de fecundidade da Terra, florescimento, primavera. Obviamente, tomando como referência o hemisfério Norte, onde se construíram os fundamentos da cultura ocidental.

Como vemos, por razões histórico-culturais, entendemos a figura da mãe como fundamental no ciclo da vida, na perpetuação da espécie, no eterno recomeço, mas preferimos nos relacionar com este ser especial muito além dos conceitos e de qualquer outra abordagem objetiva. Nossa relação é carnal, é sanguínea, molecular, espiritual...

Dividimos com ela o mesmo corpo, habitamos seu ventre e nos nutrimos de sua energia, antes mesmo de conhecermos o mundo.

Já paridos, seguimos dependentes do alimento natural cujo peito é fonte e de sua proteção contra os perigos da vida; restamos ouvintes de suas palavras e carentes de seu afeto. Talvez mesmo o cordão jamais se parta.

Assim, filhos e mães serão sempre, para sempre, o mesmo ser.

Que jamais se reduza data tão especial a mero ensejo de fomento comercial; que jamais permutemos nosso mais profundo carinho e nossa devoção pelas prendas que o dinheiro pode comprar e que se desfazem com o tempo. O amor não se materializa, não se enfeita, não se transporta em caixas ofuscantes, ornadas de fitas em laço. Ele apenas é... o verdadeiro amor de mãe.

Também não por acidente, é no mês de maio que se comemora o Dia da Policial Militar, desde 12 de maio de 1955, quando se fundou a primeira polícia feminina do Brasil, então com a missão de proteger especialmente mulheres e menores.

Em seu juramento solene, aquelas treze pioneiras já deixavam claro o que seria sua trajetória, hoje plenamente sacramentada:

“... INVOCANDO AS BENÇÃOS DE DEUS, EXERCER COM HONESTIDADE E ZELO AS FUNÇÕES DE PROTEÇÃO E AUXÍLIO A MENORES E MULHERES, DENTRO DO MAIS RIGOROSO RESPEITO À LEI E À DIGNIDADE HUMANA, PARA O BEM DE SÃO PAULO E A GRANDEZA DO BRASIL”.

Assim foi desde o início e, a cada dia, nossas mulheres firmam mais e mais os seus passos na história de nossa gloriosa instituição.

Hoje podemos afirmar que nossas policiais não carecem provar nada a ninguém, pois seu espaço é consolidado. E como é bom tê-las a nosso lado, colaborando para nossa imagem humana, emprestando-nos sua sensibilidade, tornando-nos uma polícia que faz, que resolve, que não teme, que não recua, porque somos cérebro, somos têmpera. Mas, além disso, sejamos a polícia que sente, que sofre e se compadece, porque somos também coração.

Neste ano, em especial, sejamos duplamente reverentes, pois o dia 12 será o Dia das Mães e o Dia da Policial Militar.

Parabéns, nossas queridas mães! Parabéns, fantásticas policiais militares!



Benedito Roberto Meira

Coronel PM Comandante-Geral

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