O USO INDEVIDO DA PALAVRA "SUSPEITO" EM MATÉRIA POLICIAL.


Causou estranheza a maneira pela qual uma notícia policial foi veiculada no Jornal da Manhã da Rádio Jovem Pan, na edição desta quarta-feira, 03 de fevereiro, por volta da 07h05min. E algo semelhante já ocorreu com outras divulgações da imprensa em geral, com surpreendente reiteração. Vou relatar.

O repórter, ao narrar uma diligência de uma equipe da ROTA em certa região da grande São Paulo, verificando denúncia anônima, foi enfático ao dizer que chegando no endereço os policiais foram "recebidos a tiros" e no revide, "mataram os suspeitos". Prossegue dizendo que na vistoria do local (uma casa), foram localizados cerca de 50 kg de pasta base de cocaína e apreendidas três armas de fogo. Chega ser contraditória a própria narrativa, pois se no início os policiais foram vítimas da injusta agressão e foram localizadas armas e drogas, como e por qual motivo classificar os indivíduos de SUSPEITOS? 

Não bastasse a própria contradição semântica dos termos utilizados, parece sim um "suspeito" excesso de zelo da notícia, que coloca sempre uma ponta de dúvida na legitimidade da ação policial. 
Ah! não esqueçamos do habitual clássico final: "nenhum dos policiais ficou ferido na ação", como se tal fosse imperioso para conferir legalidade à ocorrência.

Acredito ser esta manifestação, como um manifesto inconformismo, uma singela contribuição para que os órgãos de imprensa continuem a exercer seu fundamental papel de informação ao cidadão, sempre com ética, transparência e imprescindível imparcialidade.




Major Miguel Pila

CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL PMESP

Comentários

  1. Mídia hipócrita.! Esse é o meu ponto de vista.

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  2. Sabe por que se chama suspeito?
    Porque a justiça não definiu se ele é culpado ou não.
    E a justiça não é feita apenas pelo que a PM acha que é.

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